sábado, 31 de março de 2007

Poesia, churrasco e guitarras

Frikerio fino no Malas Pécoras. Todos somos guais, e hai que ver como estám as po(rr)etisas galegas. Metem medo. Além de me perder com elas pola zona velha, estivem a provar guitarra com Quincho para os novos temas do álbum de Projecto Mourente. Realmente genial se nom for por uma falcatruada do computador. A apartamento encheu-se ainda de mais cabos e aparelhinhos de todo tipo. Alguns ainda nom dormírom...

quarta-feira, 28 de março de 2007

Dez temas para foder

Confesso que sempre gostei isto das cadeias fotologueiras. Penso que ajudam a reforçar redes e a promover o debate. Onte recebim uma cadeia procedente de Gustavo Harvey na que se pedem dez temas para foder (sic). Assumo, pois, que nom se trata de canções de amor ou románticas, senom mais bem eróticas ou sensuais, como mínimo. Isso confirmei ao ver a lista do Harvey, que elaborou com a Maria de Mallou. A seguir vai o que eu considero dez temas "erótico-festivos", nom sem antes passar-lhe a cadeia ao Regueifeiro, a Brunhaven, à Pícara de Alhegue, a Meraiogz e a Arrecona.
Aí as vam:
  • Sven Väth feat. Miss Kittin, Je t'aime... moi non plus >
  • Lisa Stansfield, Never gonna give you up >
  • Étienne Daho, Mon manège à moi >
  • Sinead O'Connor, You do something to me >
  • Juliette Gréco, Déshabillez-moi >
  • Kylie Minogue, Slow >
  • The Beloved, Sweet harmony >
  • Mylène Farmer, Beyond my control >
  • Humanos, A culpa é da vontade >
  • K D Lang, Hush sweet lover >

segunda-feira, 26 de março de 2007

Nom dou abasto!

Tanto concerto ao que vou, tanta gente que estou a conhecer e tanta música por escuitar... nom dou abasto! Outro fim de semana como o que acabo de passar e rebenta-me a cabecinha. Pero, enquanto aguentarem os meus neurónios, penso continuar na mesma. Na sexta plantei-me em Ferrol para lhe dar freneticamente ao badal com o Harvey e o Retropower, entre outros. Eles marchárom para Corunha e eu... a Sam Sadurninho para ver os Rave Party Animals na sala Dzine, um local que nom pára de programar boas cousas. Gostei do número que montárom os RPA: programações contundentes para um metal entre gótico e maquineiro. O outro grupo que tocou com eles, os Nekrotech, já nom estivo tam bem e mesmo o pseudo streap tease do cantante me resultou mais que prescindível.

No sábado já estava de volta em Compostela. Pola noite visitei por fim a Gentalha do Pichel, um local ao que lhe tinha muita gana já. Infelizmente, nom estava o Ângelo, que andava noutra romaria, mas si armei camarilha com o Regueifeiro e com a fascinante Pepa Yáñez. Muita boa voz feminina está a soar no país além dos alalás da Peón e a da Yáñez, que essa noite cantou com o Leo i Arremecaghona, é uma delas. O show do Leo foi bem divertido: por um momento, fixo sair o punk no armário que, segundo alguns, levo dentro. Pero os que já me parecêrom geniais fôrom os de Ataque Escampe. Já lhes escuitara encantado o seu trabalho na Regueifa, pero ao vivo ainda ganham muito mais. Boas letras e melodias que já entoava a gente toda que ali se juntou. Espero poder repetir.

E para rematá-la programando e gravando o resto do tempo… Hoje é já 2F e todo o acontecido me parece um excesso.

sexta-feira, 23 de março de 2007

Rave Party Animals

Este fim de semana, mais música. Planto-me em Sam Sadurninho para ver os Rave Party Animals em Dzine: programações, guitarras e estética gótico-industrial. Uma proposta que paga a pena descobrir. E já nom escrevo mais que onte já me enleei de mais. Ponho um vídeo dos RPA ao vivo, em Lisboa. Bom fim de semana!

quinta-feira, 22 de março de 2007

Quando março nom marceia...

Parece que a primavera chegou só cronologicamente. Meteorologicamente parece que a cousa vai demorar. E, se lhe fazemos caso ao provérbio —Quando março nom marceia, abril das suas espera—, melhor será armarmo-nos de paciência. A sabedoria popular, que nom acostuma enganar-se em matéria de tempo, bem nos avisa de que por estas latitudes a primavera é em geral inestável, chuvosa e, com um pouco de má sorte, por vezes mesmo fria. Porém, hai gente que nom deixa de se surpreender ou de se incomodar por isto. Quando voltaremos a ser conscientes de que, entre outras enxebranças, temos uma primavera de nosso um chisco traste? Nom será que nos estamos a tornar cada vez mais adictos ao sol e à praia?
Tenho às vezes a impressom de que nos estamos mediterraneizando. Nom sei se é polo aquecimento global, pola pérfida pressom dos mídia espanhóis (oh argumento socorrido!) ou porque no fundo os galegos também somos uns viciosos e uns preguiçosos. Já bailamos mais rumbas que muinheiras e se quadra estamos já caminho de nos botar 'pra adiante e de parecer muito mais "hots". Nisto já vamos aprendendo alguma cousa graças à galega de Cancún e ao Salom Erótico do Atlántico, pero, reconheçamo-lo, ainda fica muito para que nos podamos considerar fogosos e apaixonados. Boa prova disso som muitas das nossas séries, onde os romances acostumam ser pousados e tranquilos, e as mostras de carinho rara vez ultrapassam os limites do politicamente correcto.
Por favor, ensaiemos um momento hot com umas rapazas que sabem de frio muito mais que nós: da Polónia, as Mass Kotki com Brutalny Erotyzm.

quarta-feira, 21 de março de 2007

É a Galiza um país racista?

Hoje é o Dia internacional contra o racismo, um mal que tem causado muita desgraça no mundo. O racismo existe. Quem nom ouviu comentários racistas ao seu redor? Quando nos perguntam, todos dizemos que nom somos racistas porque sê-lo, e ainda mais afirmá-lo, nom só está mal visto, senom que mesmo está punido pola lei. No nosso país, pormos ou recebermos uma denúncia por racismo é, afortunadamente, uma cousa bem séria. Desse ponto de vista, poderiamos dizer ingenuamente que a Galiza nom é um país racista. Porém, na sociedade galega dá-se o racismo, um racismo clandestino e, em geral, bem dissimulado ainda. Eu espero que, ao menos, mantenhamos certas formas, algo que alguns já perdêrom hai tempo.
E contra o racismo, também música: a de Deee-Lite, uma banda multirracial já dissolta pero mítica. Recunco com o vídeo ao vivo do seu World Click.

segunda-feira, 19 de março de 2007

Todos na Corunha e eu... em Vigo

Enquanto uns quantos amiguinhos faziam boa festa na Corunha, eu voltava a Vigo. Tenho-lhe uma especial querença a essa caótica amálgama urbana. Por essas ruas tolas fixem eu as minhas primeiras maldades. O monte da Guia ainda me cheira a boa erva e alguma rua cega do centro ainda deita vapor por Garcia Barbón. Em Vigo passou-me quase todo. E sempre que volto, nom deixam de me passar boas cousas. Entre outras, a de bailar maravilhas por Churruca e conhecer dous fotologueiros bem aquelados que afirmavam, para a minha grande surpresa, ser fãs do Projecto Mourente. Ali nos abraçamos e botamos um pé na pista. Para eles vai um vídeo dos magníficos Fischerspooner, uma dessas maravilhas. Quando poderei bailar isto em Compostela?

sexta-feira, 16 de março de 2007

De Ferrol a Ferror

Onte deitei-me tarde depois de gravar uma versom do grande Andrés do Barro para um compilatório que o vai homenagear. Hoje levantei-me igual de tarde e já quase preparando-me para ir a Vigo e ver os Brainwash, uma banda de death core grind que toca hoje na Sala Anoeta. Do Barro era de Ferrol, essa cidade de militares e obreiros, dinámica e contestatária, que se situou mesmo por riba de Santiago nos anos 1970. Brainwash som, segundo eles próprios dim, de Ferror, uma cidade avelhentada e em crise, abandonada por sucessivos governos e administrações, a última das cidades galegas. Muitos ferrolãos (e ferrolãs) usam Ferror em vez de Ferrol provavelmente para sublinharem essa dura transformaçom da cidade, essa baixada aos infernos do paro e a recessom. Será que Ferror poderá voltar a ser Ferrol? O nosso flamante presidente está convencido de que si.
Nom quero passar do pop ao core, de Ferrol a Ferror, sem lembrar que hoje hai uma festa na Corunha onde estarám muitos amiguinhos meus.
De Ferrol... a Ferror!

quarta-feira, 14 de março de 2007

A mentira

A mentira fai-te inteligente
Mentes, soas convincente
Finges, mesmo te convences
Mentes, nom podes parar!

A Mentira é um dos temas que se incluirám (se todo vai bem) no novo álbum de Projecto Mourente. Os versos de em riba som o retrouso que se repetirá uma vez e outra. Mentir está mal, isso dizemos sempre. Mas quem nom mentiu nunca? O certo é que mentimos cada dia, mesmo nos mentimos a nós próprios auto-enganando-nos. Alguns estudos dim que a mentira é necessária para a nossa supervivência como seres sociais e que mesmo constitui uma faculdade da nossa inteligência emocional.
O senhor da foto está simplesmente como algo decorativo, nom vaiades crer que o ponho aqui como exemplo de mentireiro inteligente... nada mais longe da minha intençom.

terça-feira, 13 de março de 2007

Esta 6F, festa na Corunha

Por se ainda nom tedes planos para a noite desta 6F, proponho-vos a festa de E-music na Corunha. Eu estarei em Vigo por compromissos que (gostosamente) adquirim previamente. Um saúdo para o Sak e toda a gente de E-music. Toca ao vivo o Colectivo Oruga, uma das últimas fichagens da Regueifa Plataforma. E-music merece uma boa festa, a ver se podo estar para a próxima.

domingo, 11 de março de 2007

Luar, Fangoria e Franc3s

Confesso-o. Esta foto resulta-me intimidadora. Nom vou dizer mais. A imagem fala por si própria, assi que prefiro contar cousas divertidas deste fim de semana, que para isso me tenhem qualificado de "frívolo", ademais de "artista". Resulta que fum ao Luar para ver a Fangoria. Por se algum ou alguma se escandalizar por isto, direi ainda mais: vejo o programa com certa freqüência, vê-lo no plató é uma experiência que aconselho e, de facto, era nom era a primeira vez que ia (e espero que nom seja a última). Ali coincidim felizmente com dous rapazes de Carvalho bem aquelados que gravárom o vídeo que ponho hoje (atençom, nel poderedes admirar o meu cabeçom). Ademais, tenhem um grupo realmente interessante. Chamam-se Franc3s e podede-los escuitar no myspace. Também vinhéram por Fangoria. Entre uma cousa e outra, o Gayoso, muito atento, acabou-me apresentando a Olvido e a Nacho e, ademais, à mesmíssima Massiel, que, por certo, deu boa tralha no cenário. Eu fiquei quase sem palavras, mas conseguim manter uma conversa coerente sobre o cátering do programa. Compensa ir ao Luar? Eu diria que si...

quinta-feira, 8 de março de 2007

8 de março e estou de parto

Hoje é 8 de março, aniversário de meu pai, a quem lhe mando os oportunos parabéns, e dia internacional da mulher, assi que também parabéns para todas as mulheres, preguiçosas ou trabalhadoras. Eu para celebrar tanta comemoraçom puxem-me de parto, mas no sentido figurado ou literário que lhe dam os dicionários a esta palavra. O bebé é o da foto, pesa 781 páginas e esta mesma manhã metem-no na incubadora, onde estará umas quantas semanas. O batizo será alô por maio. O nome que lhe puxem é longo de mais assi que para abreviar eu já lhe chamo "tese". E para ir celebrando este nascimento, um vídeo gradioso que me parece também bem acaído para uma data tam sinalada como a de hoje.


terça-feira, 6 de março de 2007

New Rave: do acid-house ao acid-punk

Tarde ou cedo, como todo, o smiley e a era rave tinham que voltar a estar na moda por força. Fôrom uns anos intensos de máis para serem esquecidos. Mas nom voltam sós, senom com guitarras punk. No Reino Unido já lhe tenhem nome a esta nova corrente musical e estética: o new rave. Cores fosforitas, smileys e guitarras marcam a tendência que nom havemos tardar em receber por aqui. Eu, afortunadamente, nom botei para o lixo todos os meus crachás acid e guardo os meus super-óculos de sol sicilianos. Penso que me vou deter aí porque já nom tenho idade para me impor tanto excesso, já for estético ou etílico. Na secçom vídeo de hoje (si, este é quase um vídeo-blogue ou, melhor ainda, um youtublogue) poponho uma reportagem bem ilustrativa realizada por arte tv sobre o new rave. Está na versom francesa, bien sûr.


domingo, 4 de março de 2007

Bailando em 1972

Ainda com o soul metido no corpo, voltei esta tarde para Santiago. Puxem-me a ver vídeos souleiros no Youtube e dei com uma antiga emissom de tv chamada Soultrain. Por aí passárom as estrelas soul norte-americanas nos inícios dos anos 1970. Por curiosidade um tanto morbosa, puxem-me a ver as emissões de 1972 e encontrei um número de baile realmente bárbaro. Diferentes parelhas vam desfilando e bailando: modelos da época, movimentos chics, acrobacias... O vídeo, um retro-moderneio absoluto, parece-me bem interessante porque nel já se albiscam toda uma série de maneiras de bailar que viriam depois: o boogie-boggeio disco, o abalo funky e mesmo o break-dance! É bom lembrarmos no movimento desses pés que o soul está na raíz de boa parte da música que bailamos hoje (bem, exceptuando grandes hits como o dos peitos da cabritinha, claro).

sexta-feira, 2 de março de 2007

Soul na pérfida Astúrias

Solucionando só parcialmente as minhas desavenças com as impressoras laser, vou passar o fim de semana à pérfida Astúrias.... bom, uma perfídia que logo esqueço assi que tomo uma sidrina e me ponho a chapurrar "n'asturianu". Nem sequer passou meio ano e volto a Lluanco a botar um pé na pista da mítica Sala Maite e o Sounds of Unity and Love . Trata-se de um encontro de afeiçoados à música soul que oscila maravilhosamente entre o frikismo melómano e o enxebrismo ástur. Como perdê-lo? O encontro de Lluanco nunca defrauda. Eu nom som um fã do soul, mas é um estilo musical que sempre me prestou, especialmente o feito no Brasil. Assi que para aquecer motores, um fantástico vídeo do grande Tim Maia, "Bom senso".